Empolgado com o fato de que uma de minhas customizações apareceu nas páginas do maior blog do mundo dedicado aos Hot Wheels, o T-Hunted! (confira aqui), estou lançando uma nova seção no Carro Gitinho, que vai justamente trazer as minhas customizações. A logo, talvez mais bonita que os carrinhos, é mais uma construibuição - remunerada, é claro - do amigo Luciano. Você verá, caro leitor, que o trabalho não é nada radical, algo que envolva uma nova pintura, por exemplo. Dá muito trabalho, deixa a casa fedendo por conta das tintas e dos solventes e ainda por cima gera reclamações tanto da minha alergia como da minha mulher. Por isso, o trabalho se dedica apenas a alterar alguns detalhes dos carrinhos, algo que me desagrade nos originais. Vamos começar então justamente pelo Citroën C4, o carrinho que apareceu no T-Hunted!.
1º passo: Escolhi o carrinho que queria customizar, no caso esta variação do Citroën C4 Rally lançado em 2012 dentro de uma sub-série da mainline chamada Thrill Racers - City Stunt. O motivo para tal parece óbvio, mas eu explico: os vidros laranjas e as rodas PR5 pretas "nada a ver", que acabaram com sua beleza.
2º passo: A vítima para ser canibalizada foi selecionada. Esta foi a primeira variação do C4, lançada em 2010. Na época, correu uma notícia de que, devido a problemas de licenciamento, a Mattel teria produzido apenas uma parte da quantidade prevista para esse carrinho, o que o tornaria raros e valiosos pois nem todo mundo conseguiria um. Eu e muita gente acreditou nisso e, justamente na única vez que tentei dar uma de atravessador na vida, comprei vários deles para guardar e revender depois. Resultado: como essa notícia não passou de boato, eu me estrepei e acabei com uns dez deles empacados. Aprendi a lição.
3º passo: Abrir o carrinho. Para tal é preciso furar os rebites que prendem os chassis à carroceria. No caso do C4, o trabalho foi facilitado por dois aspectos: ele só tem um rebite e os chassis são em plástico. Agora um aviso: não tente fazer isso com uma furadeira! Eu tentei, e os resultados foram desastrosos: uma vez a broca varou os chassis, furou a carroceria e também o chão da minha casa. Depois de estragar vários carrinhos, perturbei minha mulher para me dar uma Dremel. Depois de meses batalhando consegui e obtive sucesso, pois ela á mais "dócil" que uma furadeira, além de que a broca que veio no modelo que comprei cabe justamente nos rebites.
4º passo: Agora duas dicas impotantes. Primeiro, uma ligada à segurança. Mesmo com a Dremel, furar os rebites faz com que pequenos pedaços de metal saiam voando e, como manda a Lei de Murphy, fazem com que eles vão parar justamente nos olhos. Por isso, compre um par de óculos de segurança (eles são baratinhos. Os meus custaram 5 Reais). Depois, ao manipular os carrinhos, use essas luvas de trabalho feitas de linha (também custam barato, cerca de 3 Reais) pois dão uma maior firmeza no processo, impedindo que o suor e a resina das mãos façam com que o carrinho escorregue e que os detalhes da pintura e a tinta das rodas sumam.
5º passo: É preciso ter paciência e jeito para arrebentar o rebite. Aconselho sempre parar para dar uma olhada como a coisa está indo. Vai chegar uma hora em que ele vai afundar e sobrar uma espécie de anel ao seu redor. Acho melhor não tentar ir até ao final, pois a broca tende a escapar e abrir um buraco nos chassis. Nessa hora é só pegar uma chave de fendas e arrancar essa rebarba. Depois, com a mesma chave, é só abrir os carrinhos empurrando a fenda entre os chassis e a carroceria. Agora é o momento de escolher como vai ser o projeto. Neste caso, como o que me desagradava eram os vidros laranja e as rodas, vou trocá-los pelos do C4 de 2010. Contudo, resolvi manter o interior original vermelho, pois o cromado não tem a menor condição.
6º passo: Essas são as ferramentas que considero como básicas tanto para abrir como para fechar o carrinho: uma chave de fendas; o alicate de unhas de minha mulher (se ela descobrir isso, sou um homem morto com certeza) para cortar, caso seja necessário, alguma apara de plástico; e, por fim, um tubo de Super Bonder (os verdadeiros customizadores que lerem isso vão querer a morte!) para, caso os chassis não encaixem com a carroceria na remontagem, ajudar a fechar tudo de uma vez. Basta um pingo justamente ao longo da parte interna das hastes onde estava preso o rebite. Eu uso a versão gel, pois não escorre.
7º passo: Não jogue fora as peças que sobraram dos carrinhos, pois um dia você poderá precisar de algumas delas em um novo projeto. Nada o que um saco plástico de supermercado com um nó firme não dê jeito. 
8º passo: Limpe bem a sujeira que ficou. No meu caso esse passo é importante para os futuros projetos, pois assim não gerou reclamações da minha mulher. Para ela não notar nada, eu usei o aspirador de pó para tirar esse "farelo" de rebite das frestas das tábuas do quarto. Contudo, apesar dos rebites soltarem pedaços, do C4 não saiu tudo isso que mostra a foto acima. Essa quantidade foi resultado de vários projetos feitos praticamente ao mesmo tempo e que em breve também ganharão postagens especiais.
9º passo: Admirar a customização e constatar como pequenos detalhes contribuíram decisivamente para uma mudança no visual do carrinho que agora está com um aspecto mais "real". Essa empolgação é importante para os novos projetos. Para terminar duas coisas que aprendi com algum custo: é difícil acertar de primeira, então é importante estar preparado para detonar alguns carrinhos; por isso mesmo, nunca use os carrinhos da sua coleção! Imagina só estragar um deles? 
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